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Cachaça de Salinas agora é certificada

Quando o intangível se transforma em valor real (e bilionário)

Eventos incentivam uso da Propriedade Intelectual em todo o Brasil

Crescem os pedidos de marcas por pequenas empresas no Brasil

Cachaça de Salinas agora é certificada [18/07/2012]

Título do Inpi de indicação geográfica dá autenticidade ao produto da região e deve aumentar o volume na exportação.

Há um século, com o nascimento do produtor rural Anísio Santiago (1912-2002), poucos poderiam imaginar a representatividade que o nome Salinas poderia ter. Até então, tratava-se apenas do nome de uma cidade situada no Norte de Minas. Mas o início da formalização da produção de aguardente na fazenda Havana (que também seria o nome de uma das marcas mais tradicionais) nos anos 1940 garantiu novo tratamento ao substantivo. De lá para cá, outros produtores de cachaça artesanal também criaram suas marcas e a região passou a ser referência nos rótulos das garrafas das melhores pingas do país. Ontem, um novo capítulo da história começou a ser escrito: o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) concedeu o título de indicação geográfica à cachaça produzida nos alambiques de Salinas.

O simbolismo do título é a oportunidade de os produtores iniciarem uma verdadeira revolução na produção, iniciada por Anísio há mais de meio século. Atualmente, somente dois dos 25 integrantes da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas exportam o produto. A ideia é aproveitar o reconhecimento para multiplicar o volume nos próximos anos. “O selo vai possibilitar distinguir a autêntica cachaça de Salinas e abre as portas para os Estados Unidos e, principalmente, para a Europa”, afirma o presidente da associação, Nivaldo Gonçalves das Neves.

E ampliar a produção não significa industrialização do item artesanal. Nivaldo explica que hoje a capacidade instalada de fabricação está aquém das possibilidades. Ele afirma que, a cada hectare de cana de açúcar, é possível produzir anualmente até 13 mil litros, mas, atualmente, não passa de 7 mil litros. “Os alambiques funcionam de junho a setembro, mas, com maior demanda, pode se estender até novembro”, afirma.

A partir da indicação geográfica, os produtores que desejarem obter o selo, devem se enquadrar numa série de normas que qualificam o produto como artesenal. Entre elas, a fermentação natural da cana; a matéria-prima não poder ser queimada; o uso alambique de cobre e dorna de aço inox no processo de destilação da pinga; e a principal é a obrigatoriedade de toda a produção ser a 2,5 mil quilômetros quadrados na Região de Salinas.

Para isso, a associação deve fiscalizar rigorosamente todo o processo e pode acionar a Justiça caso algum produtor indique, de forma enganosa, na sua garrafa que o produto é originário de Salinas. “A indicação geográfica é uma forma de evitar que outras marcas tomem carona em um nome famoso. No caso da cachaça, trata-se um rótulo propriamente brasileiro, mas a de Salinas fica duplamente qualificada”, afirma o coordenador do Setor de Indicação Geográfica do Inpi, Luiz Cláudio Dupim.

O título atribuído à cachaça de Salinas não é o primeiro concedido ao produto. Pioneira na produção nacional, Paraty, no interior fluminense, também já havia conquistado a certificação. Em Minas, além da pinga, outros cinco produtos já obtiveram o mesmo status: café do cerrado mineiro e da Serra da Mantiqueira, queijo Minas do Serro e da Serra da Canastra e as peças artesanais de estanho de São João del-Rei. Isso coloca o estado na primeira posição com mais produtos certificados, ao lado do Rio Grande do Sul. E pode ser o primeiro isolado se os biscoitos de São Tiago obtiverem também o reconhecimento.

Preconceito vencido Rotulada como uma bebida das classes mais pobres, a cachaça ganhou ares sofisticados ao terem marcas produzidas artesanalmente. Além disso, por ser a principal matéria-prima da caipirinha, conquistou turistas dos quatro cantos do mundo. Agora pode “invadir” de vez mercados exigentes, como Estados Unidos e Europa. Mesmo com uma capacidade de produção de 1,2 bilhão de litros, menos de 1% da cachaça produzida anualmente é exportada. No caso de Minas, a proposta não é apenas crescer o volume vendido. “O que nós temos que buscar é uma posição da cachaça de alambique diferenciada da cachaça industrial”, afirma Neves.

E o potencial é promissor. Bastou a canetada do presidente norte-americano, Barack Obama, que reconheceu a bebida como genuinamente brasileira, para que a procura pelo produto tivesse aumento da demanda. No primeiro semestre desse ano, a exportação de cachaça para os EUA aumentou 12,62%, se comparado com igual período do ano passado. E a tendência é que o mercado se expanda ainda mais com o advento da Copa do Mundo e com a certificação.

Fonte: Portal EM (Estado de Minas)

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Quando o intangível se transforma em valor real (e bilionário)

Mais do que uma proteção contra a cópia, os ativos intangíveis, como marcas e patentes, podem se tornar diferenciais decisivos para atrair consumidores, parceiros e investidores. Para você que é – ou pretende ser – empresário, os casos apresentados durante o Seminário sobre Inovação e Propriedade Intelectual, realizado no dia 11 de março de 2010, no Rio de Janeiro, merecem ser vistos com atenção.

Como afirma o presidente do INPI, Jorge Ávila, os ativos intangíveis geram valor e são essenciais para a decisão de investimento. Um exemplo está na fusão entre a Perdigão e a Sadia, como mencionou o especialista Eduardo Tomiya, da BrandAnalytics. Ao revelar que a transação envolveu R$ 3,9 bilhões e o valor patrimonial era de apenas R$ 0,4 bilhões, boa parte dos outros R$ 3,5 bilhões vinha do peso das marcas, entre outros fatores.

Mas não precisa falar de grandes empresas para enxergar esta realidade. A Apilani – empresa do setor de apicultura, por exemplo, investe mais de 20% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento, com vários pedidos de patentes. O resultado é que o ganho cresceu, a empresa exportou e subiu do décimo para o quarto lugar entre as empresas nacionais do segmento, como revelou José Vilani Júnior, diretor comercial.

Por sua vez, a Plasútil, do setor de plástico, também investiu em inovação para crescer. Um exemplo é o vaso de plantas cujo prato de água é mais fechado e, portanto, não se transforma em criadouro do mosquito da dengue, como citou o palestrante Edson Donizetti. E tudo com proteção: a empresa entrou com 508 processos no INPI, sejam de patentes ou desenhos industriais.

Fonte: Inpi

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Eventos incentivam uso da Propriedade Intelectual em todo o Brasil

Depois do lançamento nacional, em março, chegou a hora dos talk shows regionais (e gratuitos) de apresentação do "Programa de Propriedade Intelectual para Inovação na Indústria", uma parceria entre o INPI, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Entre maio e junho, os eventos ocorrem em Manaus (AM), Goiânia (GO), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).

Em busca da conscientização do público brasileiro, uma das principais ações do programa é o lançamento das publicações, em formato de cartilhas, sobre propriedade intelectual, voltadas para empresários, estudantes, professores e jornalistas.

O primeiro lançamento será em Manaus (AM), no dia 20 de maio. Participam desse encontro o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antônio Carlos da Silva, e os empresários Fredson Andrade da Encarnação, da Fabriq Soluções, e Manuel Augusto Pinto Cardoso, da MAP Cardoso, ambas corporações do setor de Tecnologia da Informação.

O lançamento na Região Centro-Oeste será no dia 27, em Goiânia (GO). Ivan da Glória Teixeira representará a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) no talk show, que terá a presença dos empresários Alexandre Luis Costa Rodrigues, da PCTEL, e George Wagner de Sousa Filho, da Fertilizantes Aliança.

O próximo será em Curitiba (PR), em 8 de junho. Filipe Cassapo será o representante da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) no evento, que receberá o presidente do INPI, Jorge Ávila, e o empresário Roberto Nicolsky, da Pró-Inovação Tecnológica na Indústria (Protec).

Fonte: CNI

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Crescem os pedidos de marcas por pequenas empresas no Brasil

Os pedidos de marcas feitos por pequenos empreendedores cresceram nos últimos três anos no Brasil. Como reflexo da política do INPI, que criou descontos e permitiu o depósito pela Internet, o aumento chegou a 100% em alguns casos.

A partir de estatística feita com as guias de pagamentos para os serviços do INPI, a mudança é evidente. Entre as cooperativas, os índices cresceram de 124, em 2007, para 250, em 2009 - variação de 101%. Entre as empresas de pequeno porte, no mesmo período, os pedidos passaram de 2.514 para 4.624 (aumento de 83%).

Entre as microempresas, que são as mais representativas, os pedidos subiram de 23.819, em 2007, para 28.829, em 2009, com um acréscimo de 21%. Neste mesmo período, em meio à crise econômica internacional, os pedidos de pessoas jurídicas caíram de 73.874 para 70.328 - variação negativa de 5,2%.

Como fatores importantes para este resultado, um deles é a criação do sistema e-Marcas, em 2006, que permitiu pedidos pela Internet e facilitou a vida do usuário. No balanço de 2009, 68,3% dos depósitos de marcas foram feitos pela rede.

Além disso, é importante ressaltar a política de descontos do INPI, já que microempresas, cooperativas e empresas de pequeno porte têm até 60% de desconto nas tarifas cobradas pelo INPI.

Fonte: INPI

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